quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Gabriela Cravo e Canela: Jorge Amado



No Brasil, a comida foi muito bem representada na obra de Jorge Amado, em que os prazeres da carne e os da mesa se confundem. Quer aprender a preparar o bolinho de carne frito pela protagonista de Gabriela, Cravo e Canela? Ou o quibe cru servido em Tocaia Grande? E a farta feijoada de Os Pastores da Noite? A filha do escritor, Paloma Jorge Amado Costa, levou seis anos pesquisando a obra do pai e compilou as receitas no livro A comida baiana de Jorge Amado.
Nos livros do escritor baiano, o sexo e a comida têm íntima relação, como em Gabriela, Cravo e Canela. “O amor à mulher e o amor à sua comida, o amor ao seu homem e o prazer de para ele cozinhar, sentimentos tão entranhadamente misturados, qual o mais profundo? É natural que as saudades de Nacib, após a separação, se expressem primeiro na forma de saudades da cozinheira, e que todo o desejo de Gabriela seja o de cozinhar de novo para Nacib”,
O romance entre o sírio Nacib e a mulata Gabriela tem como cenário os anos 20, em plena luta pela modernização material e cultural de Ilhéus, então em franco desenvolvimento graças às exportações de cacau. O eixo da história é a relação entre as transformações materiais e as idéias morais. Com sua sensualidade inocente, a cozinheira Gabriela não só conquista o coração de Nacib como também seduz um sem-número de homens ilheenses, colocando em xeque a férrea lei local que exigia que a desonra do adultério feminino fosse lavada com sangue. Um momento da vida social brasileira serve de pano de fundo a uma história de amor.

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